Celebrar o Solstício de Verão na Beira Baixa em locais inusitados

Solstício de Verão na Beira Baixa.
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Com o mote “celebrar o Solstício de Verão na Beira Baixa”, regressei ao centro de Portugal para novas experiências por locais inusitados.

Natureza, cultura e gastronomia deram as mãos para revelar um destino obrigatório neste verão: a Beira Baixa.

Sem querer desvendar muito para que tenha curiosidade para ler o artigo até ao fim, posso adiantar que foi uma viagem sensorial ímpar e que incluiu ouvir o som da maior colónia de grifos de Portugal a esvoaçar sobre o Rio Tejo, saborear o maranho, o plangaio e outras iguarias, cheirar o pão quente a sair do forno, ver paisagens únicas a perder de vista e sentir a maciez da seda do bordado de Castelo Branco.

Se ainda não está convencido a explorar a Beira Baixa neste verão, aqui ficam algumas sugestões de o que fazer num roteiro de três dias, que facilmente pode ser adaptado para mais dias seguindo as sugestões indicadas.

E, claro, seja para celebrar o Solstício de Verão ou em qualquer outra altura do ano!

Dia 1 – (re)visitar Monsanto e celebrar o Solstício de Verão em São Pedro de Vir-a-Corça

Aldeia Histórica de Monsanto.
Aldeia Histórica de Monsanto.

O primeiro dia na Beira Baixa foi dedicado a explorar Monsanto, a Aldeia Mais Portuguesa de Portugal e onde os penedos têm nome.

Depois do check-in no Monsanto GeoHotel Escola foi tempo de percorrer as ruas íngremes até ao Castelo de Monsanto.

Haja folego para calcorrear a calçada enquanto se aprecia a beleza da paisagem! É que em cada rua escondem-se histórias e demorámos algum tempo para chegar ao castelo.

Jantar na Quinta de São Pedro de Vir-a-Corça

Jantar na Quinta de São Pedro de Vir-a-Corça, ou seja, em Monsanto.
Jantar na Quinta de São Pedro de Vir-a-Corça (Monsanto).

Na altura combinada fomos até à Quinta de São Pedro de Vir-a-Corça, a alguns km de Monsanto, para o jantar de celebração do Solstício de Verão, ao que se seguiram histórias e lendas de antigamente junto à Capela de São Pedro.

A ementa teve como base os afamados produtos locais, logo a começar pelas empanadas de beldroegas e queijo de cabra, os raminhos de alecrim com morcela, queijos, azeitonas e frutos secos harmonizados com os vinhos da região.

Seguiu-se uma refrescante sopa à base de tomate, o aromático borrego merino assado em forno de lenha com legumes assados e de sobremesa, as típicas papas de carolo enriquecidas com favo de mel, amêndoas laminadas e mirtilos.

Enfim, a noite mais longa do ano é propícia a histórias e lendas, e em São Pedro de Vir-a-Corça existem muitas para contar!

As Histórias do Solstício de Verão em lugares inusitados

Solstício de Verão na Beira Baixa.
Solstício de Verão na Beira Baixa.

Das histórias que ouvi, a que mais me intrigou foi a lenda do Barrete Vermelho.

De uma forma resumida, acredita-se que nas noites de luar, esta zona de Monsanto era percorrida pelo demónio, de nome Barrete Vermelho, e que tomava a forma de um cabrito ou então de um bode.

Dizia o povo que o Barrete Vermelho vivia numa gruta perto da calçada romana e de noite as pessoas tinham medo de encontrar esse demónio, por isso não saíam de casa.

Também se falou na história do relógio solar na parede da Capela de São Pedro e que terá sido roubado em Idanha-a-Velha, das qualidades da água que tornam as mulheres de Monsanto mais belas e dos Medos de Monsanto (o Medo da Diabólica, o Medo da Má-Hora e o Medo da Boa-Hora).

Quando as histórias se acabaram, ficou algum tempo para contemplar o céu estrelado de Monsanto, que por força da pouca iluminação, parecia ainda mais brilhante.

Esta não foi a minha primeira visita a Monsanto, aliás, a aldeia que faz parte da rede das Aldeias Históricas de Portugal é destino frequente nas nossas roadtrips em família. Para ficar a conhecer melhor Monsanto, sugiro que veja a seguir O que visitar em Monsanto em 2022.

Dia 2 – Passeio de Barco em Vila Velha de Ródão, praia fluvial de Fróia e Aldeia de Xisto de Figueira

Saímos de Monsanto no dia seguinte para mais experiências inusitadas na Beira Baixa, mas antes passámos pelo Hotel Meliá Castelo Branco para fazer o check-in.

Cruzeiro Fluvial em Vila Velha de Ródão

Estava à nossa espera em Vila Velha de Ródão um passeio de barco pelo Monumento Natural das Portas de Ródão, do qual fazia parte um almoço especial.

Andar de barco numa zona tão bonita é realmente agradável, mas ficou ainda melhor quando provei os vários pratos de peixes de rio que acompanharam um sem fim de vinhos da Beira Interior.

Faltam-me palavras para descrever a experiência, pelo que para perceber melhor do que falo, o melhor é espreitar a galeria de imagens a seguir (aproveite para seguir o Passaporte no Bolso no Instagram!):

A Serra das Talhadas

Seguiu-se uma curta paragem na Serra das Talhadas para subirmos ao cimo dos 16 metros de altura da Torre de Vigia projetada pelo arquiteto Siza Vieira.

Pelo menos subiu quem não tem vertigens, pois eu fiquei-me pelo miradouro a observar a paisagem.

Também estivemos na pista de parapente e no início de uma das seis pistas de btt enduro do concelho, a alguns metros da torre.

Ouvimos falar do novo trilho pedestre Crista da Serra, no Trilho das Águas (pelas levadas e nascentes) e na mais longa Via Ferrata de Portugal, com cerca de 2km.

Como vê, não faltam oportunidades para praticar atividades radicais em Proença-a-Nova.

A Praia Fluvial de Fróia

O verão combina com praias fluviais, afinal por aqui dizem que têm nove meses de Inverno e três de inferno.

A Praia Fluvial de Fróia em Proença-a-Nova é alimentada pela ribeira de Fróia, tem bons acessos, casas de banho e um snack-bar.

O dia estava nublado, por isso as fotografias estão um pouco escuras, mas acredito que seja um paraíso para as famílias nos dias de verão.

Aldeia de Xisto da Figueira

Aldeia de Xisto da Figueira para celebrar o Solstício de Verão na Beira Baixa.
Aldeia de Xisto da Figueira (Proença-a-Nova).

Para o final do dia estava reservado um passeio pela Aldeia de Xisto da Figueira, uma das quatro Aldeias de Xisto do grupo Tejo-Ocreza.

Fomos recebidos pela simpática Joana que é a responsável pelo Restaurante Casa da Ti Augusta e que nos mostrou a aldeia.

Figueira é uma das aldeias mais a sul do território das Aldeias de Xisto.

Ficaram-me na memória momentos marcantes como a passagem pela quelha do beijinho, a vista dos galinheiros, a paragem no forno comunitário e as cancelas dos lobos.

O jantar foi na Casa da Ti Augusta, cuja abertura coube ao queijo de cabra, ao toucinho, enchidos, azeitonas e pão acabado de sair do forno comunitário.

Seguiu-se o Afogado da Boda, um prato reservado a momentos especiais como casamentos e batizados, o maranho, que é um enchido beirão à base de arroz, carne e hortelã e o plangaio, feito com a última massa das farinheiras e com ossos da suã.

Sabores fortes, sem dúvida e que estão em sintonia com a dureza da vivência da terra. Para terminar o repasto, provei uma tigelada de leite cuja suavidade equilibrou a refeição.

Se é como eu e adora descobrir as Aldeias de Xisto, então espreite as que já visitei. Assim, na Serra da Lousã: Aigra Nova, Aigra Velha, Candal, Casal Novo, Cerdeira, Chiqueiro, Comareira, Pena e Talasnal; na Serra do Açor: Aldeia da Dez e Benfeita; Zêzere: Barroca, Janeiro de Baixo e Janeiro de Cima.

Dia 3 – visita ao centro histórico de Castelo Branco, Museu do Bordado e Museu Cargaleiro.

Street Art em Castelo Branco.
Street Art em Castelo Branco.

No último dia da celebração do Solstício de Verão na Beira Baixa tivemos oportunidade de visitar o centro histórico de Castelo Branco.

O centro histórico de Castelo Branco

Subimos até ao Castelo de Castelo Branco e do cimo das muralhas foi fácil identificar os principais pontos turísticos da cidade, como a Sé Catedral de Castelo Branco e a Torre do Relógio.

Já agora, sabe por que se chama Castelo Branco? Uma das hipóteses tem a ver com o facto de o castelo ter sido construído no seculo XIII por templários, que usaram o modelo de um castelo em Tripoli, na Síria, com o nome de Castelo Branco.

Seguimos, depois, para o Miradouro de São Gens, que está localizado sobre o primeiro reservatório de água do concelho. É abastecido por água da Serra da Gardunha e está embelezado por um jardim.

Saindo do Miradouro de São Gens encontra uma longa escadaria ladeada de árvores, que dá acesso ao centro da cidade, às ruas com as janelas quinhentista e à antiga judiaria de Castelo Branco.

O Museu Cargaleiro

Museu Cargaleiro em Castelo Branco.
Museu Cargaleiro em Castelo Branco.

No Museu Cargaleiro pode ver peças do artista natural de Vila Velha de Ródão. A coleção integra obras próprias, mas também de autores como Picasso, Vieira da Silva, Cecília de Sousa, entre outros.

O Museu do Bordado

Museu do Bordado de Castelo Branco.
Museu do Bordado de Castelo Branco.

Já no Museu do Bordado é possível ver o ciclo de fabrico do linho e da seda, os dois principais elementos do bordado albicastrense.

A visita começa pela zona da exposição, no entanto na parte final pode ser as bordadeiras a trabalhar.

O Jardim do Paço Episcopal

Ainda tivemos tempo para explorar o Jardim do Paço Episcopal, um dos ex-libris de Castelo Branco.

O jardim tem várias simbologias associadas, como por exemplo a escadaria dos reis, a escadaria dos apóstolos e os cinco lagos que simbolizam as cinco chagas de cristo.

É realmente um gosto dedicar alguns minutos a percorrer os labirintos do jardim e descobrir pérolas escondidas.

Restaurantes em Castelo Branco

Para celebrar o Solstício de Verão nada melhor do que partilhar a refeição, ora no restaurante Tábuas.come a comida vem para a mesa em generosas tábuas de madeira.

Entradas, peixes, carnes e sobremesas em quantidades ideais para serem partilhadas.

A viagem pela Beira Baixa por lugares inusitados não podia ter terminado de outra forma, entre amigos e acompanhada de bebidas de cores extravagantes.

Veja também os seguintes artigos relacionados com a Beira Baixa

*viajei a convite da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa nos dias 21, 22 e 23 de junho de 2022.

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