Atualizado em: Março 24, 2023
O Caminho Português de Santiago Interior atravessa os concelhos de Viseu, Castro Daire, Lamego, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e Chaves. É em Vilarelho da Raia (Chaves) que cruza a fronteira para Espanha e se junta à Via da Prata até Santiago de Compostela.
Foi o segundo Caminho Português de Santiago a receber certificação, sendo que o primeiro foi o Caminho Português Central.
Para obter esta certificação, foi necessário, entre outras coisas, garantir a autenticidade do itinerário.
São 11 etapas que percorrem 214 km em caminhos rurais, ecovias (e estrada asfaltada) e que podem ser percorridos a pé, de bicicleta ou a cavalo.
Imagino que sejam poucos os peregrinos a cavalo nos dias de hoje, mas a pé ou de bicicleta a jornada promete ser de desafio e de introspeção.
Dizem que é, no sentido estreito da palavra, o antigo caminho medieval do interior de Portugal.
Já há algum tempo que tenho vontade de conhecer as rotas medievais, em especial as peregrinações portuguesas a Santiago de Compostela e quando surgiu a oportunidade nem pensei duas vezes.
Não consigo dizer se este é o Caminho de Santiago mais bonito, no entanto, é, reconhecidamente, um caminho menos massificado e talvez por isso mesmo, mais pessoal.
As etapas do Caminho Português de Santiago Interior
Apesar de a rota oficial do Caminho Interior começar em Farminhão, no concelho de Viseu, por uma questão de logística a maior parte dos peregrinos começa o caminho junto à Sé Catedral de Viseu.
Se cada etapa corresponder a um dia de caminhada, então vai precisar de 11 dias para completar o Caminho de Santiago Português Interior.
Em cada etapa que descrevo a seguir, vai encontrar pontos de interesse e sugestões de onde ficar a pernoitar.
Tenha em mente que a informação relativa aos km, elevação do terreno, tempo necessário para percorrer as etapas e a dificuldade pretendem ser indicativos e que a condição física do peregrino, eventuais desvios e o estado do tempo podem influenciar estes dados.
Se está a pensar fazer este caminho, então “Bom Caminho!”
Etapa 1: de Farminhão a Fontelo (Viseu) 16 km, elevação: 471 m/433 m, 3h30, difícil.

A primeira etapa do Caminho Interior começa junto ao AHPV Centro Hípico Montebelo, em Farminhão, segue pelo pinhal, passa por zonas agrícolas até se juntar à Ecopista do Dão, prosseguindo para Sarzedelo, Póvoa de Medronhosa, S. Salvador, Vildemoinhos e, por fim, o centro histórico de Viseu, onde deverá seguir as setas até ao Albergue do Fontelo (no GPS está Albergue dos peregrinos de Santiago – Viseu).
À primeira vista pode parecer estranho o início do Caminho num local fora de mão, no entanto há uma razão para ser assim: é que está previsto que o Caminho tenha ligação ao Sul do país e que será em Farminhão.
Nesta etapa conte com trilhos no meio de pinhal, caminhos agrícolas, pequenas aldeias, estrada com asfalto e um rico centro histórico repleto de monumentos, por isso não haverá lugar a monotonia.
Em Viseu aproveite para comprar mantimentos ou para experimentar a gastronomia local. Na Terra de Viriato reponha energias com o rancho à moda de Viseu, o cabrito da Gralheira, a Vitela de Lafões ou o singelo, mas muito aromático, Arroz de Míscaros.
Pontos de interesse na primeira etapa do Caminho Português de Santiago Interior
Observe as casas senhoriais e a simplicidade das alminhas e cruzeiros que encontrar pelo caminho. O troço da antiga linha de comboio é muito agradável, assim como a proximidade com o Rio Pavia.
Tudo muda quando chegar à estrada e entrar no buliço da cidade de Viseu, o que não é propriamente uma coisa má.
Tenha em atenção o movimento dos carros e mantenha-se sempre em segurança, pois circulam veículos no centro da cidade.
Contemple a arquitetura da Sé Catedral de Viseu e da Igreja de Misericórdia em frente, e se tiver tempo, dedique algumas horas a explorar o Museu Nacional Grão Vasco.
Etapa 2: de Fontelo a Almargem (Viseu)15,6 km, elevação 370/336 m, 3h, dificuldade média

Retome o Caminho Interior na Rua do Arco, seguindo as setas amarelas em direção à Casa da Ribeira, que é um posto de informação dos Caminhos de Santiago.
Se tiver alguma dúvida para esclarecer, este é um bom momento para o fazer. Despeça-se da cidade de Viseu e continue o seu caminho.
Passe por Quintãs e, mais à frente, desfrute do privilégio por pisar na Estrada Romana, que fazia a ligação de Viseu a Braga e Astorga.
Atravesse a mítica EN2 e não se deixe distrair pela Igreja Matriz e pelo cruzeiro até chegar ao Albergue do Almargem, onde poderá pernoitar.
Pontos de interesse na segunda etapa do Caminho Português de Santiago Interior
A Estrada Romana deve ser um dos pontos mais interessantes neste dia de caminhada. No total, são cerca de 700 metros em pedras gastas pela passagem do tempo e que se embrenham pelo pinhal.
Imagine a quantidade de pessoas que terão percorrido esta estrada nos séculos passados e agora, enquanto peregrino, tem a oportunidade de fazer um caminho histórico e cheio de significado até Santiago. Dá que pensar, não acha?
Etapa 3: de Almaragem (Viseu) a Ribolhos (Castro Daire) 23,3 km, elevação 1122/1020, 5h50, muito difícil

Ao terceiro dia de caminhada prepare-se pois tem pela frente um trilho desafiante. São muitas horas a andar e a mais de 1000 metros de altitude, por isso vá com calma.
As setas amarelas continuam a ser a sua melhor orientação, por isso vá atento para não as perder. A pequena aldeia de Cabrum tem uma fonte de água se precisar de abastecer o seu cantil.
Continue viagem pelos caminhos rurais e pinhal e em pouco tempo entra no concelho Castro Daire.
Ver o pelourinho e a Igreja de Mões costumam ser boas desculpas para fazer uma pausa, e se estiver a precisar de comprar mantimentos, vá à Pastelaria A Sineta e compre um bolo podre, que tem a fama de ser é podre de bom!
Aliás, eu pude comprovar que o bolo é realmente bom: não muito doce e com uma consistência de pão que deve ficar ainda melhor torrado com manteiga.
Mantenha a energia em alta e continue a jornada passando pela Igreja de São Pelágio em direção ao Albergue de Peregrinos de Ribolhos.
Aproveite para descansar as pernas e lembre-se que fazer o Caminho de Santiago pressupõe sofrimento e superação. Se fosse fácil não teria o mesmo valor.
Pontos de interesse na terceira etapa do Caminho Português de Santiago Interior
Apesar da dureza deste trajeto, não se esqueça de aproveitar as singelas paisagens que o caminho lhe proporciona.
A vila de Mões está muito ligada à Coroa, pois o Ega Moniz possuía nesta região muitas terras. Em Castro Daire existem 4 pelourinhos e um está precisamente na Vila de Mões.
Etapa 4: de Ribolhos (Castro Daire) a Bigorne (Lamego) 19,9 km, elevação 852/460m, 5 h, muito difícil

É normal que nesta altura comece a sentir o peso do cansaço, afinal é o quarto dia de caminhada e o dia anterior foi intenso.
Hoje será um dia semelhante, o que lhe permite que trabalhe o músculo da resignação e aceitação. Aceite o que o Caminho lhe dá e aproveite para evoluir enquanto ser-humano.
Assim, saindo do albergue de Ribolhos, siga para Vila Franca ou, se preferir, vá pelo caminho alternativo que passa em Castro Daire. Ambos os caminhos se juntam no cruzamento da Rua do Cruzeiro e da Rua Forno da Telha com a CM1144.
Um pouco mais à frente vai encontrar a Capela de Santiago e depois a Capela de São Palágio, que comprovam a legitimidade deste caminho antigo.
Neste ponto o Caminho de Santiago toma a Estrada Nacional 2 até divergir para Moura Morta onde está localizado o Albergue de Moura Morta.
Se estiver cansado aproveite para pernoitar neste albergue, ou então continue viagem em direção a Mezio e depois Bigorne.
Pontos de interesse na quarta etapa do Caminho Português de Santiago Interior
Moura Morta é um lugar enigmático.
O nome está ligado a uma lenda muito antiga e segundo a qual uma moura terá sido atacada por jovens cristãos e no local onde faleceu, nasceu o nome de Moura Morta.
O misticismo que se sente aqui pode estar relacionado com a herança pesada do nome, mas acredito que a localização inóspita nos meandros da Serra de Montemuro também terá algo a ver.
Lembre-se desta história quando atravessar a Ponte Romana de Moura Moura sobre as águas límpidas do Rio Vidoeiro.
Etapa 5: de Bigorne a Lamego 16,4 km, 3h15, elevação 400/764, dificuldade média

Passando a Ponte de Reconcos, continue até Maqueijinha, onde está a Igreja Paroquial dedicada a Santiago.
Vai ter por companhia alguns troços da Estrada Nacional, mas para fazer o Caminho Interior na íntegra, siga as setas amarelas até entrar em Lamego.
Permita-se fazer alguns desvios para contemplar a cidade e encontre um lugar com selo de Hospitalidade Jacobeia em Lamego, já que, neste momento, não existem albergues para peregrinos.
Se estiver com disposição, renda-se à hospitalidade das famosas Caves Raposeira e prove um (ou mais) espumantes da região.
Pontos de interesse na quinta etapa do Caminho Português de Santiago Interior
A entrada na cidade de Lamego é impactante, já que passamos de um cenário bucólico para um frenesim de monumentos para ver.
Tente encontrar as imagens atrevidas na fachada da Sé Catedral de Lamego e suba até ao Castelo para ver a cidade do alto e conhecer a lenda da Princesa Ardínia.
O escadório do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios é o cartão postal local, por isso, se as suas pernas ainda aguentarem, vá em peregrinação até lá.
Veja também: O que visitar em Lamego em 2022.
Etapa 6: de Lamego a Bertelo (Santa Marta de Penaguião) 27,2 km, elevação 1052/1365m, 6h45, muito difícil

O Caminho de Santiago continua pela estrada de Resende, passa pelo Miradouro de Sôuto Covo, passa por Sande, atravessa a Central Hidroelétrica do Varosa e acompanha as curvas do Rio Varosa até chegar à Régua.
Junto ao Cais da Régua vai encontrar o Museu do Douro, cuja visita deve fazer um esforço para incluir no seu roteiro.
Saia de Lamego mais cedo, se for preciso, mas não perca a oportunidade de conhecer a região do Douro neste magnífico museu.
Continue em direção a Santa Marta de Penaguião e deixe-se maravilhar pelas encostas de socalcos com filas de videiras a perder de vista.
O destino final é o Albergue do Caminho Interior Português de Santiago na Cumeeira, onde pode pernoitar.
Pontos de interesse na sexta etapa do Caminho Português de Santiago Interior
A Ponte Pedonal de Régua é procurada por entusiastas de fotografia que, esmiuçando cada centímetro da ponte, buscam o enquadramento e ângulos perfeitos.
Há muito para ver (e absorver) neste ponto mágico do Caminho Interior… a presença do Rio Douro, as outras duas pontes, as pessoas que caminham a pé de um lado para o outro, as linhas simétricas de metal e a posição do sol que recria novas sombras todos os dias.
É preciso tempo e vagar para assimilar tudo o que acontece e, felizmente, fazer o Caminho de Santiago é propício a este tipo de contemplação.
Etapa 7: de Bertelo a Vila Real 11 km, elevação 650/510 m, 2h50, muito difícil

No etapa de hoje tem mais uma jornada muito difícil, mas por esta altura já deve estar habituado à dureza do caminho.
Saindo do Albergue de Bertelo, siga para Santa Bárbara, passe a ponte sobre o Rio Sordo, continue para Relvas, Parada de Cunhos e finalmente a cidade de Vila Real.
Já em Vila Real, dedique algum tempo para explorar o centro histórico e a magnífica Catedral.
Neste troço deve ter atenção aos carros, pois parte do caminho coincide com a estrada nacional e em alguns casos a berma da estrada não é adequada para caminhantes.
Pontos de interesse na sétima etapa do Caminho Português de Santiago Interior
A entrada em cidades monumentais é um ponto alto no Caminho Interior, e em Vila Real não podia ser diferente.
O silêncio da cidade velha contrasta com a confusão do centro histórico junto à Catedral e injeta de energia os peregrinos.
Se gosta de provar a gastronomia local, então em Vila Real vai encontrar o paraíso.
Os covilhetes são pastéis de massa folhada recheados de carne de vitela e se gosta de doces, as tradicionais cristas de galo prometem adoçar o Caminho dos peregrinos.
Etapa 8: de Vila Real a Parada de Aguiar (Vila Pouca de Aguiar) 25,9 km, elevação 749/505 m, 5h45, difícil

Despeça-se de Vila Real e continue em direção a Vila Pouca de Aguiar. Passe por pequenas aldeias e se tiver a sorte de encontrar alguém, inicie a conversa com um simples bom dia!
Vai ver que as pessoas têm curiosidade de saber o que está a fazer por ali, de onde é, e rapidamente o diálogo flui com naturalidade, como se grandes amigos se tratassem.
Desta vez uma parte do trajeto é feita na Ecopista do Corgo, pelo que terá de partilhar o caminho com os amantes das duas rodas.
Já quase a chegar ao Albergue de Parada de Aguiar, olhe para o lado esquerdo e veja as ruínas do Castelo de Pena de Aguiar no horizonte.
Pontos de interesse na oitava etapa do Caminho Português de Santiago Interior
As pessoas que encontrar pelo caminho vão influenciar a sua experiência. Ao atravessar os campos agrícolas irá ter a oportunidade de se cruzar com trabalhadores.
Aproveite todas as oportunidades para falar com quem passa por si.
Etapa 9: de Parada de Aguiar a Vidago (Chaves) 22,5 km, elevação 229/571 m, 4h05, fácil

Imagino que já esteja a precisar de um trilho fácil, por isso vai ficar contente por saber que apesar desta etapa ser relativamente longa, o percurso em si é de dificuldade fácil.
As suas pernas vão agradecer e se tiver interesse, pode explorar o termalismo da região.
É que o Caminho Interior passa por dois centros importantes de termalismo em Portugal: Pedras Salgadas e Vidago.
Aliás, em Pedras Salgadas, o caminho primitivo atravessa o interior do parque.
Pontos de interesse na nona etapa do Caminho Português de Santiago Interior
O Parque de Pedras Salgadas é um regalo para os olhos e para a mente. A tranquilidade do lugar é interrompida por esporádicos risos de crianças a correr no parque e por gigantes que espreitam nas árvores.
Refiro-me às tree houses, ou casas nas árvores, autoria do arquiteto Luís Rebelo de Andrade e onde pode ficar a dormir.
Faça uma pausa junto à Nascente das Pedras Salgadas e prove gratuitamente a água enquanto ouve as explicações da bem-disposta D. Goreti.
Etapa 10: de Vidago a Chaves – 17,7 km, elevação 445/431 m, 3h30, dificuldade média

Saindo de Vidago, continue em direção a Pereira de Selão, conhecido pelo lago numa antiga pedreira, Redial, Capela de Nossa Senhora da Saúde, em São Pedro de Agostem, Vila Nova de Veiga e Outeiro Jusão, antes de entrar na Nacional 2.
Cuidado com os carros até chegar ao km zero da EN2 e vire à direita para o centro de Chaves.
Observe os detalhes da fachada da Igreja de São João de Deus e a Ponte de Trajano sobre o Rio Tâmega. Como em Chaves não há um albergue de peregrinos oficial, escolha um alojamento com selo Hospitalidade Jacobeia e desfrute do resto dia em Chaves.
Pontos de interesse na décima etapa do Caminho Português de Santiago Interior
As Termas Romanas de Chaves foram, para mim, uma das grandes surpresas deste Caminho Interior. É que apesar de já ter visitado várias vezes a cidade de Chaves, ainda não conhecia este espaço singular.
E são vários os superlativos quando se fala neste museu: as maiores termas romanas da Península Ibérica e o mais importante complexo termal romano português.
Da minha parte fiquei rendida à arquitetura e excelente estado de conservação das termas, que apesar de contarem com mais de 2000 anos ainda funcionam!
Etapa 11: de Chaves a Vilarelho da Raia (fronteira com Espanha) 14,5 km, elevação 229/195 m, 2h50, dificuldade média

Já falta pouco para completar o Caminho Português de Santiago Interior. Na última etapa irá percorrer o trajeto entre o centro da cidade de Chaves e a pequena localidade de Vilarelho da Raia, na fronteira com Espanha.
Um pouco mais à frente, o Caminho Interior junta-se ao Caminho de Santiago pela Via da Prata, que tem início em Sevilha, na Andaluzia.
Mapa do Caminho Português de Santiago Interior

Símbolos do Caminho e o que significam: a cabaça – cantil escavado numa cabaça para ser pendurado no bordão; o bastão – para se apoiar quando estiver cansado, ajuda a seguir em frente e a afastar o perigo; a vieira – sinal de vida, renascimento e purificação, mas também um recetáculo do qual poderá beber ao longo do caminho; a cruz – uma espada invertida que pode ser espetada no chão como uma cruz para que possa rezar.
Retirado do Guia Europeu para o Caminho de Santiago.
O que transportar na mochila do Caminho de Santiago

Na hora de preparar a mochila para o Caminho de Santiago, o minimalismo deve ser a palavra de ordem.
Até porque terá de carregar a mochila durante vários dias.
Assim, escolha uma mochila com cintos acolchoados, costas ventiladas e um bolso para colocar a garrafa de água reutilizável.
As botas de caminhada devem ser impermeáveis e moldadas aos seus pés. Não caia no erro de levar calçado novo para o Caminho de Santiago.
Escolha meias sem costuras e roupa respirável por camadas, incluindo um corta-vento, que permita abrigar da chuva.
Um kit de primeiros-socorros é indispensável, assim como água e snacks para repor energias ao longo do dia.
Onde dormir ao longo do Caminho Português de Santiago Interior?

Já ouviu falar no selo de Hospitalidade Jacobeia?
Ao longo do artigo já fui indicando alguns albergues para os peregrinos pernoitarem, mas deve saber que além destes albergues, existe um conjunto de alojamentos que receberam esta distinção.
Ter o selo de Hospitalidade Jacobeia significa que o alojamento em questão valoriza produtos e serviços de apoio ao peregrino do Caminho de Santiago, ou seja, é uma mais-valia para quem está a fazer o Caminho de Santiago.
Por isso, quando estiver à procura de lugares para dormir, pergunte se tem esta distinção.
Sites e recursos para o peregrino

Apesar de a informação disponível acerca do Caminho Português de Santiago Interior nem sempre estar atualizada, sinto que devo incluir neste guia alguns sites de referência.
Assim, recomendo a consulta do site da Federação Europeia dos Caminhos de Santiago (European Federation Of Saint James Way), com mapas interativos, tours virtuais 360º, audioguias e outras informações relevantes.
Além disso, para ter a informação disponível no telemóvel, sugiro que guarde este artigo para posterior consulta (envie, por exemplo, para o seu email, WhatsApp, … usando os botões no final deste artigo). Já agora, partilhe com os seus amigos, desafiando-os a fazerem o Caminho de Santiago!
Tudo isto pode parecer confuso, vários sítios para consultar, mas acredite que no terreno é mais simples. Isto porque há um esforço para recolocar a sinalética que desapareceu nos incêndios deste ano em Vila Real, e para manter as setas amarelas nos oito municípios que integram o Caminho.
Na prática, precisa de ter uma ideia de cada etapa para se preparar (nesta parte tem este artigo para o ajudar) e seguir as setas amarelas no terreno.
Não é suposto que as indicações do Caminho de Santiago poluam visualmente o caminho, por isso vai encontrá-las disfarçadas em muros, no chão e noutros lugares criativos.
Esteja atento, esteja presente e aceite o que o Caminho lhe dá.
A Credencial do Peregrino e como obter a Compostela

A Credencial do Peregrino é o documento que identifica a pessoa que está a fazer o caminho, ou seja, o peregrino.
Tradicionalmente era um salvo-conduto que garantia a segurança na viagem.
Com ela o peregrino consegue aceder aos albergues públicos e, desde que tenha dois carimbos por dia, pode pedir a Compostela ao chegar a Santiago.
A forma mais simples de pedir a Credencial do Peregrino é online no site da Associação Espaço Jacobeus e o custo é de 3€, que já inclui portes de envio.
Últimas recomendações sobre o Caminho Português de Santiago Interior

Vá com a mochila leve e o espírito aberto. Acredite que precisa de menos do que julga. Um caderno pequeno para apontar pensamentos pode ser muito útil e permita-se não pensar em nada.
Gostei bastante dos momentos de silêncio em que pude deixar fluir as ideias, assim como de provar os pratos típicos de cada lugar.
Apesar de não me lembrar do nome de todas as pessoas que passaram no meu Caminho, o certo é que guardo para mim os sorrisos e as palavras de espanto quando dizia que estava a fazer o Caminho.
Para ver mais fotografias sobre este Caminho de Santiago, sugira que espreite o Facebook e Instagram do blogue, onde partilhei muito conteúdo adicional que não está neste artigo.
Espero que nos próximos tempos sejam mais os peregrinos que se aventuram pelas terras do Douro e Alto Tâmega em direção a Santiago. Aqui fica o convite! Bom Caminho.
*Fui conhecer o Caminho Português de Santiago Interior no âmbito de uma blog trip realizada em setembro de 2022 e a convite dos oito municípios que integram o percurso certificado em 2021. Não percorri a totalidade do caminho nem pernoitei em albergues, por isso foi uma experiência parcial. Não obstante, fiquei completamente rendida ao espírito do peregrino e tenciono rumar a Santiago em breve.
Viajar em família, de forma frequente, com algum conforto e sem ir à falência! Somos uma Família Portuguesa a viajar pelo mundo e partilhamos tudo em passaportenobolso.com. Aqui encontra muitas dicas de viagem, bem como informações práticas sobre vários destinos na Europa, África, Ásia e América. Visitei +30 países e não planeio parar tão cedo. De vez em quando viajo sozinha… Acompanhe tudo no Instagram / Facebook / YouTube / Pinterest / Twitter.
2 respostas
Adorámos as palavras de incentivo, etapa a etapa, para quem se aventurar a fazer este belo Caminho!
Obrigada pelo comentário, é um Caminho bastante introspetivo, não é?