1.º dia: Porto – Barragem do Lindoso – Soajo – Santuário Nossa Senhora da Peneda – Vila do Gerês
Saímos de casa cedo como é habitual nos dias em que viajamos. Os miúdos estavam eufóricos porque lhes dissemos que íamos experimentar Stand Up Paddle no último dia da viagem. A notícia serviu para os manter na linha porque sabiam que se fizessem asneiras iriam ficar em terra. Além disso, evitámos queixas e lamúrias do género “já chegámos?”, ”falta muito?”, “estou aborrecido!”.
A primeira paragem do dia foi na antiga central hidroelétrica do Lindoso. Andámos um bocadinho, respirámos ar puro, ouvimos os passarinhos. Estávamos rodeados de vegetação, verde por todo o lado e sabia tão bem! Perguntei ao nosso filho mais velho se sabia como funcionavam as centrais hidroelétricas e ele ficou orgulhoso por ter a lição estudada.
Arrancámos em direção a Arcos de Valdevez e chegámos ao Soajo pouco antes da hora de almoço.
Os espigueiros do Soajo foram construídos em diferentes épocas, o mais antigo data de 1782 e alguns ainda hoje servem para a população armazenar espigas de milho.
Além dos espigueiros também visitámos o pelourinho e quando estávamos a regressar ao carro sentimos um aroma de comida de forno que nos lembrou que era hora de almoçar. Entrámos no Restaurante Videira e fomos muito bem servidos!
A menina que nos atendeu era muito simpática e, sorte a nossa, bastante faladora. Aconselhou-nos a visitar o Poço Negro e o Poço das Mantas que ficam perto do Soajo e deu-nos indicações para seguirmos viagem até ao Santuário de Nossa Senhora da Peneda. Para visitarmos o Poço Negro tínhamos de voltar para trás enquanto que o Poço das Mantas ficava a caminho do santuário. Não foi difícil decidir deixar o Poço Negro para uma visita futura.
A paisagem entre o Soajo e o Santuário Nossa Senhora da Peneda é muito bonita. O recorte das montanhas em vários tons de verde em oposição ao azul do céu e a um tímido branco aqui e ali das nuvens compunha um cenário admirável. A viagem ficou ainda mais interessante quando nos cruzámos com ovelhas, vacas e cavalos. Infelizmente as fotografias das ovelhas ficaram desfocadas.
Pouco antes de chegarmos ao Santuário fomos surpreendidos por um conjunto de casas em granito rodeadas de campos agrícolas e pinhal. A localidade chama-se Rouças e é atravessada pela estrada M503.
Quando finalmente chegámos ao Santuário Nossa Senhora da Peneda quase desanimámos ao ver a quantidade de escadas que tínhamos para subir. É que o dia já ia longo e o nosso filho mais novo tinha adormecido no carro. Apesar do cansaço enfrentámos a escadaria e ainda bem que o fizemos. O recinto estava quase deserto, afinal não custava assim tanto subir as escadas e o silêncio era de ouro.
No final da visita regressámos ao carro e colocámos no GPS o destino “Vila do Gerês” onde pernoitámos.
2.º dia: Vila do Gerês – Barragem de Salamonde – Cascata do Arado – Cascata de Pincães – Ponte da Mizarela – Vila do Gerês
A primeira paragem deste segundo dia por terras do Gerês foi a Barragem de Salamonde.
A seguir, passámos pelo miradouro de Fafião e depois seguimos as indicações para a Cascata do Arado. Algures no percurso vimos sinalizada a Cascata do Tahiti (nome popular da Fecha das Barjas) mas já tínhamos decidido que não nos íamos aventurar por aquelas bandas.
Em determinada altura o alcatrão da estrada terminou e vimos que estavam muitos carros estacionados junto ao Miradouro das Rocas mas, de acordo com o GPS, ainda faltava bastante para a Cascata do Arado.
Continuámos pela estrada de terra batida e felizmente correu tudo bem porque o caminho estava em bom estado e junto à cascata havia espaço para estacionar.
Foi um bocadinho mais difícil encontrar a Cascata de Pincães. Seguimos indicações do GPS até Pincães, estacionámos o carro na localidade mas não encontrámos ninguém a quem pedir ajuda. Depois de uma voltas a pé começámos a ouvir o ruído da água a cair e decidimos aventurar-nos pelo monte. Descemos a encosta até encontrar uma levada e a seguimos essa levada até à cascata. A verdade é que nos enganámos duas ou três vezes mas faz parte da experiência e conseguimos chegar lá. Conte com 30-40 minutos a pé, se não se enganar muitas vezes.
O almoço foi improvisado num café em Pincães, não me lembro do nome, mas já passava das 15:00 e os bifes com batatas fritas que nos arranjaram estavam tão bons que nos pareceu um banquete.
O último destino do dia era a Ponte da Mizarela. O GPS indicou-nos o caminho, aliás, sem GPS este passeio teria sido bem difícil.
No regresso, com os miúdos a dormir, desfrutámos tranquilamente do por do sol.
3.º dia: Stand Up Padle (SUP) na Caniçada – Brufe – Porto
O momento alto do fim de semana foi, sem dúvida, o Stand Up Paddle. Gostamos muito do Gerês mas como o visitamos com frequência acho que perdeu o fator novidade. O mesmo não posso dizer do SUP pois nunca tínhamos experimentado.
Não é difícil encontrar o equilíbrio na prancha parada, mas quando começámos a remar percebemos que o difícil é não cair à água. E mais complicado ainda é subir para a prancha depois da queda. De qualquer forma foi muito divertido e, sem dúvida, que nos abriu o apetite para o almoço.
A caminho de Brufe, em Terras de Bouro, passámos pela Barragem de Vilarinho da Furna mas como a fome apertava nem sequer parámos. Só descansámos quando estacionámos o carro junto ao restaurante “O Abocanhado” mesmo à hora que tínhamos reservado a mesa.
O serviço foi muito lento, talvez por ser domingo, pois com reserva esperámos mais de 30 minutos para que a mesa ficasse disponível. A situação piorou quando depois do pedido tivemos de aguardar mais 1 hora pelo almoço e se não fossem as ótimas recomendações da tiborna de bacalhau e do cabrito no forno talvez tivéssemos desistido.
Foi pena a longa espera porque à distância nem me lembro da qualidade da refeição mas tenho muito presente a agonia que foi a espera.
O regresso ao Porto foi pela A3 e já parecia que estávamos em casa.
21 Comments
Nelson Branco
2017-11-06 at 13:35Bonitos registos. O Gerês tem belos quadros naturais! os locais por onde passaram são lindíssimos, já os percorri… o que ainda não experimentei foi o SUP e o restaurante “O Abocanhado” apesar de muitas referências de amigos para que o experimente, dizem ter uma vista de excelência.
Parabéns pelas fotos e pelo relato…
passaporte no bolso
2017-11-07 at 13:11Obrigada, Nelson, pelas simpáticas palavras. Acho que escolhi mal o dia para ir ao Abocanhado, tenho de repetir 🙂
Ancient Skies
2017-11-06 at 17:35This is wonderful.
passaporte no bolso
2017-11-07 at 13:11Thank you dear Ancient Skies!
Ancient Skies
2017-11-07 at 15:52You can call me Nico or Nicodemas. Peace!
aj vosse
2017-11-13 at 20:55Wow… it’s beautiful! I must return and translate… I have a feeling I want to go there!
almeidadepaulo
2017-11-15 at 10:57Belas fotos e uma excelente explicação!!!
passaporte no bolso
2017-11-16 at 13:13Obrigada pelas simpáticas palavras 🙂
Calysta Hannah
2017-11-16 at 13:47This is such an amazing blog. 👍
passaporte no bolso
2017-11-19 at 21:15Thank you, Calysta Hannah, you are very kind 🙂
restlessjo
2017-11-28 at 21:24The scenery is wonderful, isn’t it? Many thanks for sharing. 🙂 🙂
Lu Amor'im
2017-12-02 at 17:29๑•ิ.•ั๑ Quanta beleza nessas paisagens. Lindas fotos!
Beijo de chocolate e muito mais amor e paz!◕‿-。
passaportenobolso
2017-12-03 at 11:45Obrigada pelo comentário 🙂
carolineontheglobe
2017-12-05 at 21:15Woooooooooooow! So many lovely photos. This place looks incredible.
passaportenobolso
2017-12-05 at 21:48Thank you!
Janet
2017-12-07 at 16:11Muito legal! 😍
passaportenobolso
2017-12-10 at 19:36Obrigada pelo comentário, Janet!
thewonderer86
2017-12-11 at 16:52Thank you so much for looking at my posts. I only wish I could read Spanish so I could follow yours more closely. Great photos though!
passaportenobolso
2017-12-11 at 19:49Thanks, you are very kind 🙂
Sartenada
2018-01-01 at 11:23Nossa! Lindas as fotos.
natuurfreak
2018-10-01 at 14:54Wat zijn die grafmonumenten indrukwekkend.Ik herinner ze me nog sinds ik jaen geleden in Mexico woonde